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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Biólogos adventista desmente Ellen White

Biólogos da década de 40 fizeram líderes adventistas esconder textos de EGW sobre engenharia genética.




Embora dissessem acreditar na inspiração divina de Ellen G White ao escrever suas mensagens, líderes norte-americanos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, quase no final da década de 40, optaram por omitir passagens em que ela provavelmente se referia às manipulações genéticas promovidas no período antediluviano por anjos caídos, envolvendo seres humanos e animais.


No artigo abaixo, traduzido da revista Spectrum pelo ex-redator da Casa Publicadora Brasileira, Azenilto Brito, fica evidente que, embora Ellen G. White fosse aceita como suposta “mensageira do Senhor”, entendeu-se não existir nenhuma possibilidade científica de surgirem seres mistos, híbridos, homem-animal, o que a engenharia genética de nossos dias demonstra ser viável.

Este artigo examinará a polêmica declaração da Sra. Ellen G. White sobre ter ocorrido no passado “amálgama de homem e besta” dando origem a raças inferiores tanto de homens quanto de animais, segundo a perspectiva de dois pesquisadores adventistas de renome na área de Biologia, autores de livros e vários artigos sobre Ciência e Religião: Dr. Frank L. Marsh e Dr. Harold W. Clark.

Em 8 de setembro de 1947, quinze dos mais importantes líderes eclesiásticos adventistas do sétimo dia reuniram-se perto da cidade de São Francisco, Califórnia, EUA, para ouvirem dois jovens biólogos adventistas — Dr. Frank L. Marsh e Dr. Harold W. Clark — debater o sentido de duas breves declarações publicadas em meados do séc. XIX pela profetisa de sua igreja, Ellen G. White. Os biólogos (ambos ainda vivos e ativos [N.T.: artigo publicado em junho de 1982]) discutiam se os escritos da Sra. White deixavam implícito que relações sexuais entre homens e animais teriam produzido espécies confusas, contribuíram para deturpar a imagem de Deus no homem e deixaram evidências de sua ação perduradora a serem notadas em certas raças não especificadas de homens.

As implicações raciais explosivas de tais declarações propiciavam um senso de urgência ao debate. A controvérsia girava em torno da insinuação implícita de que os negros descenderiam de união sexual de seres humanos com animais. Teria Deus revelado a Ellen White numa visão que os negros não eram plenamente humanos? Ao longo dos anos, críticos e apologistas de Ellen White postaram-se em batalha em torno desse assunto de elevada carga emocional. Questões menos tangíveis para a igreja assomavam por trás, no horizonte. Como e em que extensão a religião deveria acomodar os dados científicos que contradizem a revelação? Se a inspiração da Sra. White não detém o caráter de infalibilidade, quais eram os seus limites?
James McElhany, presidente da igreja, reuniu o tribunal de “notáveis” ao longo de uma vasta mesa diante de Marsh e Clark, que tomavam assento em frente de prateleiras repletas de publicações da Sra. White, enquanto Milton Kern, presidente dos Depositários das Publicações Ellen G. White, assumia a direção como moderador. Logo após as 9 horas da manhã, Kern iniciou os trabalhos e ofereceu um breve histórico da controvérsia que cercava as declarações sobre a amalgamação.
As declarações da Sra. White primeiro apareceram em Spiritual Gifts, Important Facts of Faith in Connection with the History of Holy Men of Old [Dons espirituais, importantes fatos da fé em conexão com a história de santos homens do passado], uma coleção em quatro volumes primeiramente publicada em 1864. Após descrever uma série de pecados antediluvianos que incluíam os casamentos entre os justos e ímpios, idolatria, poligamia, roubo e assassínio, Ellen White escreveu:

Mas se há um pecado acima de todo outro que atraiu a destruição da raça pelo dilúvio, foi o aviltante crime de amálgama de homem e besta que deturpou a imagem de Deus e causou confusão por toda parte. Deus propôs-se a destruir aquela raça poderosa e longeva que corrompera os seus caminhos perante Ele.1
Sua segunda referência a amálgama veio no capítulo seguinte e tratava de amalgamação entre homem e besta que ocorrera após o dilúvio:
Cada espécie de animal que Deus criou foi preservada na arca. As espécies confusas que Deus não criara, resultantes da amalgamação, foram destruídas pelo dilúvio. Desde o dilúvio, tem havido amálgama de homem e besta como pode ser visto nas quase infindáveis variedades de espécies animais e em certas raças de homens.2
Ambas as declarações aparecem mais tarde em The Spirit of Prophecy, Vol. 1, e em 1870, na reorganização do material, em Spiritual Gifts. Em 1871 surgem novamente emThe Great Controversy, Vol. 1, um título alternativo para The Spirit of Prophecy.
Por fim, quase 20 anos depois, ambas as declarações de amálgama não foram incluídas na edição de Patriarcas e Profetas de 1890. Na compilação de 1947, A História da Redenção, os editores das Publicações Ellen G. White removeram as declarações questionáveis e até certas sentenças do contexto próximo que estão em Patriarcas e Profetas.

Kern observou que as declarações tinham despertado controvérsia quase a partir do tempo em que Ellen White as havia feito publicar em 1864. Durante os últimos 20 anos, ele prossegue, vários homens haviam oferecido diferentes interpretações das declarações de Ellen White, e era propósito daquela reunião ouvir os advogados das duas posições mais vastamente difundidas, após o que haveria oportunidade para perguntas e discussão. Ele, a seguir, passou a palavra a Clark.
Clark ergue-se e começa elogiando Marsh por sua contribuição para o estudo da Criação. No que respeitava ao relacionamento deles quanto à teoria da evolução, observou, estavam 100% ombro a ombro e até concordavam substancialmente em muitos aspectos das declarações sobre a amalgamação. Os ansiosos líderes eclesiásticos sentiram-se aliviados ao perceberem que Clark e Marsh eram tão bons amigos, e as declarações introdutórias de Clark ajudaram a desfazer algo da tensão.

Clark a seguir ofereceu um breve sumário do contexto das declarações sobre amálgama, chamando a atenção à sua localização ao final de um capítulo que detalhava crimes cometidos pelos antediluvianos. Era difícil ler as declarações nos seus contextos sem ver uma série de pecados, dentre os quais o últimos deles, aquele tido por “pecado acima de todo outro”–constituía obviamente o clímax. Não seria provável que Ellen White estivesse falando sobre os casamentos mistos, uma vez que já havia descrito esse pecado num parágrafo anterior. Quatro anos depois que as declarações apareceram, Urias Smith, então editor do órgão adventista Advent Review and Sabbath Herald defendeu-as em sua obra Visions of Mrs. E. G. White: A Manifestation of Spiritual Gifts According to the Scriptures (1868) com uma interpretação que não deixava margem para malentendidos, e Tiago White, o marido de Ellen, havia, em suas próprias palavras, “cuidadosamente lido o manuscrito” antes de recomendar o livro de Smith a ampla circulação.
A conclusão quase certa, prosseguiu Clark, é de que Ellen White também se interessara em como Urias Smith a havia defendido e que ela, também, lera a obra. Clark realçou o seu trabalho com o filho de Ellen White, W. C. White, e D. E. Robinson, seu secretário. Nenhum desses homens tinha duvidado de que Ellen White quis dizer o cruzamento de homem e animal com a frase “amálgama de homem e besta”. Conquanto houvesse controvérsia sobre as declarações, críticos e apoiadores igualmente haviam aceito essa interpretação. Quão fácil teria sido corrigir seus críticos em 1870 se ela realmente intencionara fazer com que “o aviltante crime de amálgama de homem e besta” significasse os casamentos mistos entre as raças de Sete e Caim. Era prática comum, prosseguiu ele, que Ellen White fizesse mudanças onde suas palavras provocassem uma interpretação errônea, contudo nesse caso ela não fez qualquer tentativa de esclarecimento, não obstante críticos a aceusassem de ensinar que os negros não eram humanos.

Se alguém analisasse a expressão, “um pecado acima de todo outro . . . foi . . . amálgama de homem e besta”, continuou Clark, poderia notar que os termos homem e besta situam-se na mesma relação na sentença; são coordenados. O que quer que se aplique a um, aplica-se ao outro, e é impossível fazer do amálgama de besta com besta ou homem com homem o pecado maior do que idolatria, adultério, poligamia, roubo ou assassínio. A história tem revelado que a coabitação com animais era um dos maiores pecados da antigüidade, havendo disso abundante evidência. Ademais, antropólogos descobriram crânios de semelhança humana em muitas partes do mundo que revelavam afinidades simiescas peculiares. Autoridades competentes haviam descrito características de tribos viventes na África e Malásia de natureza distintamente simiesca. Conquanto não houvesse evidência positiva de que homem e animais pudessem hoje cruzar, havia, não obstante, muitos fatos a indicar que um tal cruzamento poderia ter tido lugar no passado. Ademais, as ordens de Deus para Israel especificamente proibindo a coabitação de homem e besta indicavam que a humanidade estava praticando esse aviltante crime. Dizer que a amalgamação entre homem e besta nunca ocorrera no passado porque não ocorre hoje, destacou Clark, é tomar a mesma posição do uniformismo que desorientou os geólogos. Houve, de fato, somente um fato objetivo que não podia ser explicado: a falta de autêntico registro de um tal cruzamento. Esse fato único não justifica a conclusão de que “um pecado acima de todo outro” cometido pelos antediluvianos fossem os casamentos inter-raciais ou casamento entre crentes e descrentes. Tal interpretação faria violência à linguagem que Ellen White realmente utilizou. Ao contrário, duas conclusões ficavam claras: Ellen White sabia o que quis dizer, e ela claramente intencionou que seus leitores interpretassem o “aviltante crime” como ato sexual incluindo o cruzamento de homem e besta.

Eram agora 9:45 da manhã e Kern convocou Marsh. Ele começou com algumas poucas palavras de louvor a Clark, e observou serem bons amigos que meramente mantinham uma diferença profissional de opinião sobre declarações que sempre haviam sido pouco claras em seu real sentido. Daí, chamou a atenção à definição de amálgama de J. R. Bartlett no Dictionary of Americanisms de 1859. Nos Estados Unidos a palavra “amalgamar” era universalmente aplicada à mistura das raças branca e negra, destacou, e somente desde o início do século XX a palavra “hibridização” tinha se tornado um substituto perfeitamente satisfatório. Mas ao tempo em que Ellen White escreveu as declarações sobre amálgama, “o amálgama de homem” traria à mente do leitor comum uma fusão  de  duas  raças, nesse caso a ímpia raça de Caim e os descendentes de Sete, tementes a Deus. Nem a linguagem das declarações por si próprias, as Escrituras, as descobertas da ciência, nem quaisquer outras declarações dos escritos da Sra. White tornavam obrigatória a conclusão de que o homem cruzara com besta. Suponha-se, sugeriu ele, que na primeira declaração Ellen White tivesse dado o sentido de que o homem havia cruzado com besta. Como poderiam ambos os resultados declarados ocorrer? É verdade que a imagem de Deus poderia ser deturpada, mas causaria isso confusão por toda parte? O homem podia, afinal de contas, coabitar com não mais do que umas poucas formas, e coabitação era sinônimo de hibridização. As Escrituras tornam claro, prosseguiu, que o principal pecado que tornou o dilúvio necessário foi a promiscuidade dos “filhos de Deus” e “filhas dos homens”. Ademais, se o Espírito Santo realmente tivesse dito a Ellen White que o homem cruzara com besta, ela não teria eliminado as declarações sobre amálgama de Patriarcas e Profetas.

Marsh agora introduziu o testemunho da ciência. Um dos princípios mais bem demonstrados em Biologia, observou ele, era que as diferentes espécies de animais do Gênesis não cruzam entre si, nem mesmo ao ponto de produzir híbridos estéreis. Não havia razão, seja a partir de dados modernos ou do registro fóssil, para supor que essa não fosse uma lei que remonta à Criação. Se o amálgama das espécies do Gênesis fora o principal pecado a causar destruição de formas terrestres necessárias, deveríamos poder encontrar essas formas amalgamadas como fósseis. Quanto à suposta defesa de Urias Smith das declarações sobre a amalgamação e a reimpressão inalterada de ambas as declarações dois anos depois, isso dificilmente provaria que Ellen White quis dizer que homem e besta haviam cruzado. Ela não fizera qualquer declaração com respeito à defesa de Smith. Além disso, conquanto fosse difícil explicar como homem podia cruzar com besta, dificilmente seria necessário explicar como poderia haver amálgama de seres humanos entre si. Marsh volveu-se na direção da prateleira com livros da Sra. White que rodeavam o salão de conferências, alcançou um exemplar de Fundamentals of Christian Education, e leu na base da página 499: “O inimigo regozijava em seu êxito de deturpar a imagem divina na mente das pessoas . . . Mediante casamentos com idólatras e constante associação com eles. . .” Marsh realçou a sua posição: “Ellen White disse que o amálgama deturpava a imagem de Deus. Aqui declara que os casamentos mistos apagaram a imagem divina”.

Finalmente, Marsh destacou o sensível tema da raça. Aos que insistiam em que evidência de amálgama de homem e besta podia ser vista em “certas raças de homens”, restava a impossível tarefa de apontar as raças parte humanas e parte bestiais. A conclusão pareceria óbvia: o amálgama de homem deturpava a imagem de Deus; o amálgama de raças dentro das espécies criadas de animais produzia espécies confusas. Não devemos macular o inestimável dom de Deus aos adventistas encontrando insinuações de caráter racial nas declarações e admoestações da Sra. White, concluiu ele.3 
Bem antes de Marsh e Clark serem ativos, as declarações de Ellen White haviam despertado discussão tão logo apareceram impressas. A controvérsia, então, havia girado em torno da questão de negros serem o resultado da hibridização de humanos com bestas. Em The Visions of Mrs. E. G. White, uma apologia para o dom de profecia de Ellen White, Urias Smith respondeu a 52 objeções que críticos suscitavam a respeito de Ellen White. Sob a “Objeção 39: A Raça Negra Não é Humana” ele argumentou que Ellen White havia feito a segunda declaração de amalgamação “no propósito de ilustrar a profunda corrupção e criminalidade a que a raça humana caíra, mesmo uns poucos anos após o dilúvio,”4 e não ensinar que negros não fossem humanos:
Houve amálgama; e o efeito é ainda visível em “certas raças de homens”. . . . Os que fazem exceção de animais sobre os quais os efeitos desta obra são visíveis são chamados pela visão de “homens”. Agora, sempre temos suposto que quem quer que haja sido chamado de homem deve ser considerado um ser humano.5   

Não obstante, que as raças atuais incluíam descendentes de homens que chegaram à existência em resultado de cruzamentos homem-animal estava além de discussão, argumentava Smith, citando “casos tais como os bosquímanos da África, algumas tribos de hotentotes, e talvez os índios cavadores em nosso próprio país, etc.” Ademais, reivindicava ele, naturalistas achavam impossível “dizer exatamente onde o humano termina e o animalesco começa. Podemos supor que isso assim foi ordenado por Deus no princípio? Antes, não tem o pecado maculado as fronteiras desses dois reinos?”6 Conquanto Ellen White não tivesse especificado que raças ela desejava que seus leitores considerassem como evidência parcial do “aviltante crime”, a enumeração por Smith de raças específicas tendia a sustentar o ponto de vista de que Ellen White não esperaria que alguém tivesse dificuldade em identificar as “certas raças de homens”. Ao Urias Smith defender as declarações de amalgamação de Ellen White, ele claramente refletia a idéia popular de seu tempo de que cruzamentos entre homens e animais haviam criado uma terra-de-ninguém entre humanos e animais, habitada por gorilas, chipanzés, selvagens bosquímanos da África, patagônios e hotentotes.

As posições de Urias Smith eram compatíveis com estudantes da “Escola Americana” de antropologia, que estava alcançando o seu pico de influência nos Estados Unidos em meados do século XIX. Esses antropologistas alegavam que espécies poderiam cruzar-se para produzir formas intermediárias de descendentes.7 Argumentavam que a mera observação demonstrava que raças de homens eram capazes de cruzar-se ainda que constituindo-se espécies separadas que Deus tencionara deverem permanecer separadas. Samuel George Morton, fundador da paleontologia invertebrada na América e autor do controverso Crania Americana (1839), sugeria que uma vez que desenhos de tumbas egípcias, conhecidas como tendo pelo menos 3.000 anos de idade, revelavam as raças em todo detalhe tão distintas então como agora, não fazia sentido presumir que causas naturais tivessem produzido as raças no que poderia ser “no máximo mil anos” desde o dilúvio.8 O mais provável é que Deus tivesse criado as raças a partir dos três filhos de Noé, ou talvez junto à Torre de Babel.      Reconhecendo que a hibridização seria o campo de batalha sobre que venceriam ou perderiam o seu caso, proponentes da “Escola Americana” atacaram a validade da infertilidade como um teste para espécies. Em, 1847 Morton publicou uma dissertação no prestigioso American Journal of Scienceque alegava que híbridos existiram dentre uma impressionante variedade de organismos, incluindo o cervo e o porco selvagem, o touro e a ovelha, ovelhas e cervos, bem como muitos outros cruzamentos entre diferentes espécies de peixes, aves e insetos.9

Tiago White leu o livro de Smith e o recomendou entusiasticamente com a seguinte nota na Review and Herald de 25 de agosto de 1868:
A Associação acaba de publicar um panfleto intitulado “The Visions of Mrs. E. G. White, A Manifestation of Spiritual Gifts According to the Scriptures” [As Visões da Sra. E. G. White, uma manifestação dos dons espirituais segundo as Escrituras]. É escrito pelo redator daReview. Enquanto lia cuidadosamente o manuscrito, senti-me muito grato a Deus por nosso povo poder ter essa apta defesa daqueles pontos de vista tão amados e entesourados, enquanto outros os desprezam e a eles se opõem. Este livro está destinado a ter ampla circulação. — Tiago White.10

Tiago e Ellen White levaram 2.000 exemplares do livro de Smith com eles para reuniões campais naquele ano.11

A despeito da defesa de Smith das declarações de Ellen White, a controvérsia nunca foi totalmente superada. Mesmo quando Ellen White eliminou as declarações de seu novo livro, Patriarcas e Profetas (1890), as velhas declarações permaneceram um tópico de muito debate.
Quarenta anos depois do aparecimento de Patriarcas e Profetas, cientistas haviam começado a lançar uma longa sombra sobre a interpretação tradicional de Urias Smith. Não poderia mais ser alegado, como Urias Smith havia feito uma vez, que “ninguém” negava a possibilidade de cruzamentos de homem com animal. As declarações de amalgamação tornaram-se um tópico popular de debate entre adventistas interessados em ciência natural e revelação.

Na edição de The Ministry de abril de 1931, George McCready Price, o mais destacado oponente da evolução na igreja, propôs que se realizasse uma ligeira alteração na linguagem das declarações de Ellen White–o acréscimo de uma simples palavra entre colchetes–que poderia reconciliá-las com a ciência e remover toda dificuldade associada à controvérsia.
Sem tentar lidar com todas as interessantes declarações nesta passagem, posso permitir-me dizer algumas palavras sobre a última parte, que julgo ser a porção mais tendente a incompreensões. Permitam-me reescrever uma palavra entre colchetes, e penso que a suposta dificuldade desaparecerá quase por encanto. “Desde o dilúvio, tem havido amálgama de homem e [de] besta, como pode ser visto em quase infinitas variedades de espécies de animais, e em certas raças de homens.12

Price estava propondo duas amalgamações independentes–uma para raças de homens e outra para união de várias espécies animais.
Sua solução despertou uma tempestade de oposição. Um dos primeiros a reagir no mesmo ano foi D. E. Robinson, por muitos anos secretário pessoal de Ellen White. Numa dissertação intitulada “Amalgamation Versus Evolution”, Robinson declarou que a inserção da palavra “de” por Price na declaração de Ellen White violentava o “sentido óbvio” pretendido pela própria autora13. Argumentou ainda que as declarações de amálgama ajudavam a resolver alguns dos problemas no conflito entre ciência e religião, tais  como “de que forma tal variedade de animais . . . poderia ter sido produzida no breve período permitido pela cronologia bíblica . . .”14 e o problema de anatomia comparativa:
A declaração da Sra. White, se aceita, resolverá problemas relacionados com a semelhança física bem próxima entre homem e alguns dos símios, havendo entre estes e os macacos de rabo diferença estrutural maior do que entre eles e o homem. Qualquer um que observar o chipanzé, o gorila, ou o orangotango não acharia difícil crer que procederam de algum ancestral comum com a raça humana.15

Exatamente que raças de homem realmente revelaram indícios de ancestral animal, Robinson admitiu, era impossível determinar: a Sra. White não havia especificado as “certas raças de homens”.

O envolvimento de Harold Clark com o problema dos pontos de vista de Ellen White sobre amalgamação começaram quando seus estudantes de Biologia no Pacific Union College lhe perguntavam repetidamente sobre tais declarações. Após consultar os pastores W. C. White e Dores Robinson, sendo o último secretário da Sra. White e um primo da primeira esposa de Clark, este sentiu-se obrigado a propiciar pelo menos uma explicação razoável para as enigmáticas declarações.16 Em 1940 ele completou Genes and Genesis, onde sustentava a interpretação oficial e sugeria possíveis cruzamentos no reino animal. Mesmo que seus exemplos se demonstrassem errôneos, Clark sentia que o princípio básico subjacente às declarações de Ellen White eram válidos.

No ano seguinte, o livro foi tão altamente reputado pela denominação que chegou a ser escolhido para o curso de leitura ministerial. Mas na primavera do mesmo ano, Frank L. Marsh, então recém-formado pela Universidade de Nebraska com um título doutoral, observou que os cientistas não foram capazes de encontrar um único exemplar de híbrido entre homem e besta. Talvez fosse melhor, sugeria ele, aceitar a versão de Price, afinal de contas, quanto ao “amálgama de homem e (de) besta”.

Antes do final de 1941 Marsh completou o seu próprio Fundamental Biology, um texto mimeografado de 128 páginas que destacava a falta de evidência científica para a crença na possibilidade de diversos organismos se cruzarem17. Ellen White, argumentava Marsh em dois capítulos dedicados à questão da amalgamação, não dissera que homem havia cruzado com besta. Se espécies confusas resultaram da amalgamação, estas se limitavam a híbridos entre animais intimamente relacionados da mesma espécie do Gênesis. Se Ellen White dissera ter havido união de homem e besta, ela, referia Marsh, “estaria em conflito com todas as leis da Genética”18. Numa troca de cartas com Marsh em 1941, Clark argumentava que o que poderia ocorrer agora não era um guia seguro para determinar o que poderia ter ocorrido no passado e advertia Marsh quanto ao perigo de cair no erro uniformista que desorientara os geólogos.19

Em 1º de março de 1942 Marsh e Clark completaram dissertações defendendo suas posições alternativas e atacando os pontos de vista contrários. O escrito de Clark, “Amalgamation: An Analysis of the Problem of Amalgamation” [Amalgamação: Uma análise do problema da amalgamação] ressaltava que a expressão proposta por Marsh–amálgama de homem (com homem) e besta (com besta)–deixava “besta com besta” numa situação impossível. “A fim de conseguir qualquer sentido disso devemos subentender que foi um pecado que uma espécie de animal cruzasse com outra”.20

Em sua dissertação, “Analysis of the Amalgamation Statements” [Análise das declarações sobre amalgamação], Marsh argumentava que os cruzamentos entre as diferentes espécies, inclusive o homem e os macacos antropóides, eram contrários a todas as leis da Genética. Para evitar que ficasse implícito que os casamentos inter-raciais hoje ainda constituem um “crime aviltante”, Marsh escreveu que, conquanto Ellen White tivesse chamado a amalgamação antes do dilúvio um “crime aviltante”, a amalgamação após o dilúvio pode não ter sido um pecado em absoluto.21
Evidência adicional de que “o aviltante crime de amálgama de homem e besta” não se refere à fusão de homem e besta foi descoberta, dizia Marsh, “na remoção das declarações sobre amalgamação da história bela e cuidadosamente reescrita emPatriarcas e Profetas, um relato que contrastava nitidamente com o escrito anterior, preparado “um tanto livremente”.22 Com este argumento Marsh introduzia uma das questões mais curiosas surgidas da controvérsia sobre a amalgamação: o estilo literário de Spiritual Gifts é tão pobre que uma compreensão correta das declarações sobre amalgamação se torna muito difícil. Somente Patriarcas e Profetas indica claramente o que Ellen White quis dizer por “um pecado acima de todo outro”, ou seja, os casamentos mistos entre os justos e os ímpios, sustentava ele.23

Embora fossem simpáticos ao desejo de Marsh em conciliar as declarações sobre amalgamação com a ciência, Robinson e Clark, ainda concordavam em que Ellen White decerto intencionara que seus leitores imaginassem um crime sexual, e que o amálgama de homem e besta após o dilúvio representasse a mesma atividade prevalecente antes do dilúvio; obviamente sendo de igual maneira um “crime aviltante”. Ademais, parecia-lhes algo irônico ter a amalgamação “contrafazendo em parte a degeneração de milênios de atividade satânica” quando fora a amalgamação que supostamente produzira a degeneração em primeiro lugar.
Marsh permaneceu inabalável. Em Evolution, Creation and  Science,  concluído  em 1944, ele argumentava que tendo sido “a óbvia intenção do Criador manter as espécies separadas”, Deus deve ter criado cada tipo com protoplasmas “fisiologicamente incompatíveis” com o de uma espécie diferente.24

Clark logo respondeu a Marsh, visando à sua interpretação de que a amalgamação significara cruzamentos somente entre variedades da mesma espécie do Gênesis: “Presumindo que a hibridização referida em Spiritual Gifts era entre raças ecológicas, teríamos a palavra da Inspiração declarando num lugar que grupos normalmente férteis eram permissíveis dentro da espécie, mas asseverando noutra declaração que os produtos de tais raças tinham negada a entrada na arca [de Noé] por serem confusas, resultantes de processos que Deus não aprova”.25
Pelo fim de 1946, contudo, o contínuo progresso da Genética, o evidente choque entre Ciência e Revelação, e a necessidade de abordar as implicações raciais do ponto de vista tradicional das declarações de amalgamação combinaram-se para fazer com que a interpretação de Marsh parecesse mais e mais atraente. No verão de 1947, pouco antes do confronto na Califórnia, Marsh reuniu-se privadamente com o presidente da Associação Geral, McElhany, e vários outros líderes denominacionais em Washington D.C., que participariam da reunião de setembro. Viera a convite deles e passou uma noite inteira detalhando o seu parecer e advertindo quanto aos perigos associados com outras interpretações, tanto no campo da ciência quanto no das relações raciais. 

Em retrospecto, Marsh pode ter ido à Califórnia já como o vencedor.
Na  Califórnia, dia 8 de setembro de 1947, ambos os homens haviam completado suas apresentações às 10:15 da manhã; Kern solicitou perguntas e discussões sobre a questão. Clark recebeu a maior parte das perguntas, e segundo prosseguia a sessão tornava-se evidente que a maioria dos líderes, não obstante o que pudessem julgar ser as intenções originais de Ellen White, claramente favoreciam a posição que poderia acomodar a Ciência e desativar os problemas de caráter racial associados com as declarações de amalgamação. Marsh oferecia exatamente tal solução. Se a sua interpretação parecia um pouco forçada mesmo para alguns de seus defensores, não obstante era possível e razoavelmente defensável. Após um intervalo para almoço, a discussão foi reencetada com cerca de um terço do grupo ausentando-se, somente para ser interrompida às 3 da tarde sem um voto tomado. Ao final da reunião Kern e Marsh discutiram como as perguntas tinham sido encaminhadas e concluíram que se um voto houvesse sido tomado, teria por resultado, na pior das hipóteses, 12 a 3 em favor de Marsh.

Os oficiais da igreja não encorajaram Marsh nem Clark a escreverem sumários de seus pontos de vista. Todavia, quando Marsh retornou ao Union College ele julgou que um sumário seria útil para os seus estudantes. Em 16 de novembro de 1947 completou uma dissertação de 11 páginas, “The Amalgamation Statements”, e remeteu-o a Clark sugerindo que ele, também, escrevesse uma dissertação sumariando brevemente os seus argumentos. Em 1º de março de 1948, Clark completou o seu “Amalgamation: A Study of Perplexing Statements Made by Mrs. E. G. White” [Amalgamação: Um estudo de declarações desconcertantes da Sra. E. G. White]. Incluía uma refutação ponto por ponto da última dissertação de Marsh. Sobre a sugestão de Marsh de que híbridos somente poderiam resultar do cruzamento da mesma “espécie” de animais, por exemplo, Clark novamente desejava saber por que tal atividade se constituiria um “crime aviltante”.

Quando duas criaturas cruzam entre si, de maneira nenhuma produzem uma espécie corrompida ou confusa. Elas simplesmente dão origem a uma nova variedade dentro da mesma espécie. Tais cruzamentos parecem ser processo perfeitamente natural e bem ordenado.26
Tampouco podia Clark crer que o “amálgama de homem e besta” após o dilúvio não se tratasse da mesma atividade de antes do dilúvio, ou que em qualquer medida tivesse decaído em pecaminosidade. Em vista de que a dissertação de Clark respondia a argumentos particulares de Marsh em dissertações passadas, Marsh decidiu redigir apenas um documento mais: “A Discussion of Harold W. Clark’s Paper ‘Amalgamation’, Published March 1, 1948 [Uma discussão da dissertação 'amalgamação' de Harold W. Clark, publicada em 1º de março de 1948].
A real batalha estava terminada, contudo, e estas eram basicamente escaramuças de pós-guerra. Os pontos de vista de Marsh prevaleceram. Em 1951, quando F. D. Nichol estava preparando a sua obra Ellen G. White and Her Critics, ele solicitou todas as dissertações de Marsh sobre amalgamação. Marsh lhos enviou e Nichol baseou-se grandemente nelas para o seu capítulo quanto às declarações sobre amalgamação.27 Os Depositários White tornaram disponível em 1968 uma cópia do capítulo de Nichol, sob o título, “Ellen G. White Statements Regarding Conditions at the Time of the Flood–by F. D. Nichol [As declarações de Ellen G. White concernentes a condições do tempo do Dilúvio--por F. D. Nichol]. Este ainda é o material remetido àqueles que 
solicitam uma declaração oficial sobre Ellen G. White e a questão da amalgamação.

Por anos a comunidade adventista presumiu que a Sra. White cria que parte da queda do homem envolveu união sexual de homem com animal e defendia seus pontos de vista como científicos. Após 1947 a posição prevalecente mudou e prosseguiu assim por 35 anos. Incapaz de conciliar a mais óbvia leitura das declarações de Ellen White com a ciência, e com um compromisso para com a igualdade genética entre as raças, a Igreja aceitou a engenhosa interpretação de Marsh sobre o que Ellen White quisera dizer. Pode ser que a presente geração de adventistas concorde com as gerações anteriores de adventistas em que — pelo menos numa ocasião — Ellen White realmente creu que amálgama de homem com besta teve lugar, mas não aceitará essa posição como cientificamente abalizada hoje.

NOTAS E REFERÊNCIAS
1. Ellen G. White, Spiritual Gifts, Important Facts of Faith in Connection with the History of Holy Men of Old (Battle Creek: Seventh-day Adventist Publishing Association, 1864), III, p. 64.
2. Ibid., p. 75.
3. Os acontecimentos dessa reunião foram reconstituídos a partir de relatos dados ao autor por Harold W. Clark e Frank L. Marsh e a partir de dissertações escritas antes e imediatamente após a reunião de 1947. Posteriormente remeti uma cópia de minha descrição tanto para Clark como para Marsh para comentário e revisão adicionais.
4. Uriah Smith, The Visions of Mrs. E. G. White: A Manifestation of Spiritual Gifts According to the Scriptures (Battle Creek: Seventh-day Adventist Publishing Association, 1868), p. 103.
5. Ibid.
6. Ibid.: “Alguém negará a declaração geral contida na citação acima dada? Ninguém. Se alguém o fizesse poderia ser facilmente silenciado por uma referência a tais casos como os selvagens bosquímanos da África, algumas tribos de hotentotes, e talvez os índios cavadores [? - Digger] de nosso próprio país, etc. Ademais, os naturalistas afirmam que a linha de demarcação entre o humano e raças animais é perdida em confusão. É impossível, como afirmam, dizer exatamente onde o humano termina e o animalesco começa. Podemos supor que isto foi assim determinado por Deus no princípio? Antes, não maculou o pecado os limites desses dois reinos?” Ibid.
7. Para um detalhado relato do surgimento da “Escola Americana” de antropologia, ver William Stanton, The Leopard’s Spots: Scientific Attitudes Toward Race in America, 1815-1859 (Chicago: The University of Chicago Press, 1960).
8. Samuel George Morton, Crania Americana; or A Comparative View of the Skulls of Various Aboriginal Nations of North and South America, to which is Prefixed on Essay on the Vaireties of the Human Species (Philadelphia, 1839), pp. 1-3. Ver William Scranton,Leopard’s Spots, pp. 24-44.
9. Samuel Morton, “Hybridity in Animals, considered in reference to the question of the Unity of the Human Species”, American Journal of Science, 1847, 3 (segunda série): 39-50, 203-212; também citado em William Stanton, op. cit., pp. 114-115. Quando Morton morreu em 1851 estava no auge de sua influência, proclamado como um dos maiores cientistas da América. “Um dos mais brilhantes ornamentos de nossa era e país”, elogiava o Daily Tribune, de Nova Iorque, de 20 de maio de 1851, acrescentando que “provavelmente nenhum cientista na América desfrutasse reputação mais elevada entre eruditos por todo o mundo, do que o Dr. Morton”. Citado em William Stanton, Leopard’s Spots, p. 144.
10. James White, “New and Important Work”, Advent Review and Sabbath Herald, XXXII, (25 de agosto de 1868), p. 160. Ao comentar sobre a nota de James White Harold Clark disse: “Este trabalho foi cuidadosamente examinado por James White com a quase certa suposição de que a Sra. White também o teria lido atenciosamente”. Harold Clark, “Amalgamation: A Study in Perplexing Statements Made by Mrs. E. G. White”, (1o de março de 1948), p. 2. Conquanto Clark questionasse a aplicação de Smith a raças específicas, “é, porém, evidente que ele [Urias Smith] corretamente entendeu o que a Sra. White quis dizer, pois em 1870, quando as declarações foram reimpressas, nenhuma mudança da linguagem foi realizada. Mudanças foram realizadas em outras publicações onde uma errônea interpretação havia sido atribuída às suas palavras”. Ibid.
11. Esta informação aparece como uma nota manuscrita na base de uma cópia do escrito de Urias Smith “Objeção 39: A Raça Negra Não é Humana”, propiciada por Frank Marsh. Sendo que James White havia sugerido em sua nota da Review que o livro de Smith destinava-se a “circulação bem ampla”, pode ser que ele levou essas cópias para venda nas várias reuniões campais daquele ano.
12.  George McCready Price, “The Problem of Hybridization”. The Ministry (31 de abril de 1931), p. 13
13. D. E. Robinson, “Amalgamation Versus Evolution”, s.d., mas escrito pouco após abril de 1931, p. 1.
14. Ibid., p.2.
15. Ibid., p.3.
16.  Informação numa carta de Harold W. Clark ao autor (14 de junho de 1979). Tanto Robinson quanto W. C. White definitivamente criam que Ellen White quis dizer amálgama de homem com besta.
17. Informação numa carta ao autor vinda de Marsh (8 de fevereiro de 1979).
19. Harold W. Clark para Frank L. Marsh, 10 de abril de 1941 (cortesia de Frank L. Marsh).
20. Informação de Harold W. Clark (14 de junho de 1979) numa carta ao autor. Ver também Harold W. Clark, “Amalgamation”, 1o de março de 1942. Francis D. Nichol, um apologista da igreja que mais tarde defendeu a posição de Marsh em seu Ellen G. White and Her Critics, realmente aceitava esta estranha sugestão. Os animais seriam capazes de “crime aviltante” e “pecado”, argumentava Nichol, por estarem violando a lei natural. F. D. Nichol, Ellen G. White and Her Critics (Washington, D.C.: The Review and Herald Publishing Association, 1951), p. 317.
21. Frank L. Marsh, “Analysis of the Amalgamation Statements”, (dissertação não publicada, 1o de março de 1942), p. 5.
22. Por exemplo, ver Frank L. Marsh, “The Amalgamation Statements” (dissertação não publicada, 16 de novembro de 1947), pp. 4, 5. Este argumento tem prosseguido até o presente e é refletido em Ellen G. White de F. D. Nichol. Marsh apresentou o mesmo argumento numa sessão de perguntas e respostas seguindo-se à apresentação sobre “Ciência e Religião” na Universidade Andrews, verão de 1976, para o Workshop sobre Ellen G. White. (Da transcrição da fita com gravação da sessão, feita pelo autor).

23. Ver Marsh, “Amalgamation Within Genesis Kinds”, 11 de junho de 1942, pp. 1-4, e “The Amalgamation Statements” (manuscrito não publicado, 16 de novembro de 1947), p. 6. Também a partir de informações numa carta de Frank L. Marsh (26 de março de 1979) ao autor. A não ser pela ausência das declarações sobre amalgamação, as mudanças nos vários relatos são triviais. Comparar Spiritual Gifts, III, pp. 61-74, com The Spirit of Prophecy, I, pp. 67-78, e Patriarcas e Profetas, pp. 90-107. Uma leitura paralela deSpiritual Gifts, The Spirit of Prophecy, e Patriarcas e Profetas, contudo, mostra uma notável semelhança. Uma pessoa pode, de fato, facilmente seguir o fluxo de idéias parágrafo por parágrafo, sentença após sentença, observando onde Ellen White acrescentou material novo, até ao ponto da última palavra antes do parágrafo que começa cada declaração de amalgamação e incluindo-as. A melhoria em estilo literário em Patriarcas e Profetas parece consistir mais na remoção das declarações sobre amalgamação do que em alterações substanciais de linguagem ou novo arranjo de idéias, e fica aquém da tansformação que Marsh deixa implícito quando escreveu: “O escritor treinado vê quase com horror a falta de unidade, coerência e ênfase no texto de 1864. Contudo, . . . nessa descrição [Patriarcas e Profetas] a unidade, coerência e ênfase de seu escrito estão tão acima de repreensão para não deixar dúvida sobre o que constituía o principal. . .”
24. Ver Frank L. Marsh, Evolution, Creation and Science (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Assn., 1944), p. 140. Marsh pediu que o anúncio deste livro como seleção para o Curso de Leitura Ministerial–que vinha  na página de título da primeira edição–fosse removido porque “parecia despertar preconceito da parte de alguns evolucionistas (tal como Dobshonsky)”. De uma carta de Marsh para o autor, de 26 de março de 1979. A Review and Herald omitiu o anúncio a partir da segunda impressão.

25. Harold W. Clark, “Hybridization in Relation to Genesis Kinds” (Angwin, Calif.: 1o de maio de 1945), p. 2. Leon Caviness, um professor de línguas bíblicas do Pacific Union College, tentou estabelecer um acordo em sua breve dissertação, “The Meaning of the Amalgamation Statements” [O sentido das declarações de amalgamação]. Aqueles que realmente desejavam descobrir o que Ellen White originalmente tencionara dizer com suas declarações não deviam passar por alto o fato de que ela reimprimiu as mesmas expressões, sem alteração, seis anos depois da controvérsia inicial e dois anos depois da defesa de Urias Smith. Caviness não descartou a possibilidade de cruzamentos entre homens e animais, mas julgava que o híbrido, caso pudesse ser produzido, não conduziria à introdução de uma nova espécie intermediária entre homem e macaco. Cada cruzamento representaria um evento simples, e o descendente seria incapaz de cruzamento posterior. Caviness resolveu o problema racial associado às declarações da Sra. White postulando produtos não mais trazidos à existência e um processo não mais funcional, pelo menos entre homem e besta, mas sua tentativa de harmonização não satisfez a nenhum dos lados. L. L. Caviness, “The Meaning of the Amalgamation Statements”, s.d., pp. 1-2.
No mesmo mês em que o ensaio de Clark apareceu, Marsh respondeu com “The Basic Unit of Creation”, um estudo que empregava a infertilidade como teste para definir as espécies do Gênesis. O argumento resultante parecia circular. Um ano depois ele completou Studies in Creationism, um texto mimeografado usado durante 1946 e 1947 como uma referência para suas classes no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia, em Washington D.C. Marsh dedicou vinte e cinco páginas à questão da amalgamação, novamente declarando a maior parte de seus argumentos anteriores. A Review and Herald Publishing Association publicou uma versão grandemente revista deStudies in Creationism em 1950 que realçava a impossibilidade de que as espécies do Gênesis cruzassem, mas omitia completamente qualquer discussão do próprio problema da amalgamação.
26. Harold W. Clark, “Amalgamation, A revision of a paper issued March 1, 1942, (Angwin, Calif.: 1948).
27. Informação numa carta ao autor procedente de Marsh (10 de janeiro de 1979). estudava pós-graduação na Universidade de Wiscosin, E.U.A.
Obs.: Traduzido de Spectrum, Junho de 1982. O autor, Gordon Shigley, redigiu este artigo enquanto estudava pós-graduação na Universidade de Wisconsin, E.U.A.

Comentário: Ellen White andou lendo o "livro perdido de Enki"

Aviso aos Whitianos ( adventistas) podem refutar. Mas deixem os nomes.
Não publicaremos  Argumentum ad hominem 
só argumento com base.



Publicado  por Hermano de Jesus.

Adventistas.com

3 comentários:


  1. O ser que necessitamos já existe! Isso disse você, Enki.
    Tudo o que temos que fazer é pôr nosso sinal nele, para assim forjar
    aos Trabalhadores Primitivos!
    Às mesmas heroínas curadoras as tem feito correr riscos, ao Ninmah e
    ao Ninki lhes pôs em perigo, tudo em vão, sua obra era um fracasso!
    Agora deste a estas criaturas as últimas porções de nossa essência
    vital, para que sejam como nós no conhecimento da procriação,
    possivelmente para lhes conferir a eles nossos ciclos vitais!
    Assim, com palavras iradas, falou Enlil.
    Enki chamou a Ninmah e a Ningishzidda para apaziguar com suas
    palavras a Enlil.
    Meu senhor Enlil!, disse Ningishzidda. Receberam o conhecimento da
    procriação, mas não lhes deu o ramo da Larga Vida em sua árvore
    essencial! Depois falou Ninmah, disse a seu irmão Enlil:
    Que escolha tínhamos, irmão meu? Que acabasse tudo no fracasso,
    que confrontasse Nibiru sua fatídica sorte, tentar, tentar, tentar, e fazer
    que assumam o trabalho os Terrestres através da procriação?
    Então, que estejam onde lhes necessita!, disse Enlil furioso. Ao Abzu,
    longe do Edin, sejam expulsos!

    Esses escrito faz parte de um livro conhecido como "O livro Perdido de Enki" de ZECHARIA SITCHIN que por sua vez foi de uma tradução das 14 placas suméria que foi achada pelo mesmo Zecharia Sitchin (Bacu, 11 de julho de 1920 — Nova Iorque, 9 de outubro de 2010)1 foi um autor de livros defendendo uma versão da teoria dos astronautas antigos para a origem da humanidade. Ele atribui a criação da antiga cultura suméria aos "anunnaki" (ou "nefilim"), uma raça extraterrestre nativa de um planeta chamado Nibiru, que se encontraria nos confins do Sistema Solar. Ele afirma que a mitologia suméria é a evidência disto, embora suas especulações sejam descartadas pela maioria dos cientistas, historiadores e arqueólogos convencionais, que discordam de sua tradução dos textos antigos e de sua interpretação da física. Aqui mostra a manipulação genética a milênios atrás, a muitas contradições o que não podemos negar são os fatos arqueológicos confirmarem com enfase o assunto

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  2. Isso que voce falou ATEU, é um grau mais avançado, que os adventistas não estão capacitados à entender.

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  3. Eu penso que a Bíblia já é o suficiente pra comprovar a verdade!! Então se alguns creditam que tudo isso e mentira, que pena, acho que capacidade para entendimento não falta no ser humano! Independente da sua religião!!

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